Reforma da Previdência vs. Desvios no INSS – Os Números em Perspectiva
- Henrique Saraceni
- 9 de jun.
- 2 min de leitura
A Reforma da Previdência, aprovada em 2019, foi apresentada como uma medida urgente e necessária para "salvar" o sistema previdenciário brasileiro. O argumento central era o desequilíbrio nas contas públicas, com projeções de um rombo que só cresceria se o país não tomasse medidas duras. O resultado? Milhões de brasileiros tiveram que trabalhar mais, contribuir por mais tempo e aceitar benefícios reduzidos — tudo em nome de uma suposta economia de cerca de R$ 800 bilhões em 10 anos.

Mas eis que, anos depois, surge um escândalo que escancara um outro lado da moeda.
O escândalo dos descontos indevidos do INSS
Em 2023 e 2024, uma investigação conduzida pela CGU e Polícia Federal revelou que bilhões de reais foram desviados do INSS por meio de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Associações e sindicatos passaram a cobrar mensalidades diretamente dos benefícios de milhares de segurados — sem autorização ou ciência dos mesmos. O caso é tão grave que o próprio Governo Federal reconheceu uma estimativa de R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos acumulados.
Esse valor, embora seja apenas uma fração da economia prometida pela Reforma, representa uma cifra monumental que poderia ter amenizado a pressão sobre o sistema — sem sacrificar o trabalhador.
A pergunta que não quer calar
Como exigir sacrifícios do cidadão, se o próprio sistema perde bilhões por falta de controle interno?
Enquanto o discurso oficial focava em cortar “privilégios” e aumentar exigências para o acesso à aposentadoria, um esquema bilionário se desenrolava nos bastidores — sem que o trabalhador soubesse. O contraste é gritante. O trabalhador teve seus direitos reduzidos, sua renda limitada, sua idade de aposentadoria postergada… enquanto o sistema deixava escapar, silenciosamente, bilhões.
De quem é a culpa?
Não se pode responsabilizar o segurado — que paga seus tributos e cumpre suas obrigações — pelos problemas da Previdência. A má gestão, a fragilidade dos controles internos e a negligência institucional devem ser enfrentadas com a mesma força com que se endureceram as regras da aposentadoria.
A crise não é só fiscal. É de prioridades.
A indignação é legítima
Milhares de brasileiros se sentem traídos. A confiança no sistema previdenciário, já abalada, foi profundamente ferida por esse escândalo. Afinal, se o problema era financeiro, como permitir que bilhões escorressem por brechas administrativas?
No fim das contas, quem pagou — e continua pagando — foi o cidadão.
Na Gabarra Advocacia, acreditamos que justiça social começa com o respeito ao trabalhador.
Nosso compromisso é garantir que você conheça, defenda e recupere os seus direitos.
Sente que seus direitos foram tratados como números?
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