O Escândalo do INSS e a Conta que Sempre Sobra para o Trabalhador
- Henrique Saraceni
- há 15 horas
- 3 min de leitura
Nos últimos dias, um escândalo envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) veio à tona e expôs, mais uma vez, a fragilidade do sistema previdenciário brasileiro. O que se descobriu foi a realização de descontos indevidos em benefícios de mais de 4 milhões de aposentados e pensionistas, sem autorização expressa, gerando um desvio estimado de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Associações, sindicatos e entidades diversas foram apontadas como beneficiárias desses repasses, em um esquema que passou despercebido pelos órgãos de controle do próprio INSS. Como resposta, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado, e o governo iniciou uma série de investigações por meio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF).
A reforma da Previdência: e agora?

O que torna este escândalo ainda mais alarmante é o seu contraste com os argumentos utilizados para justificar a Reforma da Previdência, aprovada em 2019. Na época, muito se falou sobre a necessidade de "economizar" e garantir a sustentabilidade do sistema.
A solução?
Elevar a idade mínima para aposentadoria.
Reduzir o valor dos benefícios.
Endurecer regras de concessão.
O argumento era claro: o sistema estava quebrando, e o trabalhador precisava ceder. E cedeu.
No entanto, a economia prevista pela reforma gira em torno de R$ 800 bilhões em dez anos. Quando nos deparamos com um desvio bilionário dentro da própria estrutura do INSS, a pergunta que não quer calar é: de quem é realmente a culpa?

O posicionamento da Gabarra Advocacia
No dia a dia do nosso trabalho, vemos de perto a luta de quem tenta se aposentar. Pessoas que trabalharam por décadas, contribuíram corretamente, enfrentam filas, negativas, atrasos e burocracias para ter acesso ao mínimo de dignidade.
Enquanto isso, um esquema silencioso desviou recursos diretamente do bolso de quem mais precisa.
Na Gabarra Advocacia, nos posicionamos ao lado do trabalhador. Defendemos que a responsabilidade pela sustentabilidade da Previdência não pode continuar recaindo sobre os ombros de quem contribui honestamente todos os meses. A falta de fiscalização, a ineficiência de gestão e a corrupção são as verdadeiras ameaças ao sistema, e não o cidadão que busca se aposentar.
Novas medidas após Escândalo do INSS e como se proteger
Em resposta aos escândalos, o INSS emitiu um comunicado oficial em 5 de maio de 2025 alertando todos os aposentados e pensionistas sobre descontos irregulares. Para facilitar o controle e contestação dessas cobranças, o órgão disponibilizou novas funcionalidades no portal Meu INSS.
Através do site ou aplicativo, os beneficiários podem:
Consultar e contestar descontos indevidos;
Visualizar e gerenciar todas as deduções aplicadas;
Solicitar a exclusão de mensalidades de associações ou sindicatos.
Desde agosto de 2023, essas ferramentas foram aprimoradas para facilitar o acesso à informação e garantir transparência. Em março de 2024, foi publicada a Instrução Normativa PRES/INSS nº 162, que limitou os descontos a 1% do valor máximo dos benefícios, exigindo assinatura eletrônica e biometria para autorizações.
Caso identifique descontos não autorizados, o beneficiário pode:
Contestar diretamente no Meu INSS;
Registrar reclamação na Plataforma Fala BR, na Ouvidoria do INSS ou no Consumidor.Gov;
Solicitar exclusão por meio da opção “Excluir mensalidade” no portal.
Conte conosco!
O escândalo do INSS não é apenas um caso de corrupção administrativa. É um reflexo de um sistema que insiste em penalizar o elo mais frágil da cadeia: o trabalhador.
Na Gabarra Advocacia, seguimos firmes no nosso compromisso: lutar pelo direito de quem constrói este país com trabalho honesto.
Se você tem dúvidas ou suspeita que foi afetado, entre em contato com nossa equipe.
Estamos aqui para garantir que a conta não caia, mais uma vez, no colo de quem menos merece.
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